Errar é humano
27.10.20
Errar é humano
por A Datilógrafa do Rés do Chão
Não vou fazer uma apresentação formal. Pelo menos, não por agora. Acredito ser dispensável, principalmente quando temos a oportunidade de entrar nos pensamentos de alguém através da escrita. É bastante fácil percecionar o género de pessoa que nos escreve, se formos atentos o suficiente aos pormenores e deixarmos a nossa capacidade de sentir tomar as rédeas. Sem nunca, (obviamente) abandonar o cérebro nesta equação.
Neste momento, quero ir ao sabor do vento e deixar-me levar por este prazer imenso que a escrita sempre me porporcionou desde muito cedo. Escrevo para mim, por mim, mas também com o objetivo de ajudar quem me lê. Acreditem, não é pretensão, é esperança de que as minhas preocupações, ansiedades, receios, sentimentos e reflexões possam ajudar a atenuar um bocadinho do que somos obrigados a vivenciar no dia a dia.
No entanto, também ambiciono cair na "toca do coelho" e permitir à criatividade que me corre nas veias fluir. Por outras palavras, entrarei num registo completamente diferente daquilo a que estive habituada (e habituei os meus) durante muitos anos. Irei experimentar um campo mais literário da escrita: os contos.
Mas, chega de conversa fiada! Venho falar-vos hoje de um tema recorrente na humanidade e com o qual me tenho debatido recentemente: o erro.
Figuras conhecidas como Platão, Alexander Pope, Anton Tchekov, começaram por dizer em algumas das suas frases e passo a citar "Errar é humano, (...)". Sim, meus caros, errar é humano. Mas custará menos cometer um erro só por termos consciência de que é perfeitamente normal? A minha resposta é: não.
Recentemente, comecei a trabalhar num local novo após alguns anos parada, no que diz respeito a trabalhar com alguém. E posso dizer-vos que a quantidade de erros que uma pessoa comete ao início é absolutamente desoladora, principalmente para alguém como eu que possuí uma dificuldade imensa em aceitar que não sou a Mulher Maravilha. E de repente, vemos o nosso cérebro ser atacado por dúvidas constantes como:
- Serei competente o suficiente?
- Não estariam melhor sem mim?
- Será que sirvo mesmo para isto?
A situação intensifica-se quando, naturalmente, somos chamados à atenção pela enésima vez num dia. Começamos a pensar que devemos de ter sérios problemas cognitivos, porque não percebemos à primeira o que nos quiseram explicar. E assim continua um auto criticismo doloroso, até falarmos com alguém sobre o assunto que nos faça sentir melhor.
Por vezes, exigimos demasiado de nós próprios e deixamos de acreditar nas nossas capacidades. Cheguei à conclusão que os filósofos, escritores e poetas sabem do que estão a falar. Devemos sem dúvida alguma, tentar melhorar as nossas falhas e ver o erro como algo construtivo. Já alguém dizia e, com toda a razáo, que "o medo rouba sonhos". O erro é fundamental à vida. Sem ele estariamos inertes no tempo sem qualquer hipótese de aprendizagem e crescimento pessoal. Portanto e concluindo a reflexão, permitam-se errar e acreditem em vós. A humanidade é tão mais bonita repleta de imperfeições. Que seria de nós se fôssemos todos perfeitos? Um perfeito aborrecimento, isso vos garanto!